By Soul dos Livros - 08:32
Bom dia!
Item 1
Descreva a sua aparência física (na terceira pessoa),
como se você fosse uma personagem de livro.
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Ela olhava para as
pessoas em fila, esperando sua chance de entrar no ônibus para a
faculdade. Estava exausta da noite em claro do dia anterior, mas
disposta a fazer alguma parte do dia valer. Em seus devaneios sobre
pessoas e transportes, viu-se no vidro espelhado do metrô. Incomodou-se
imediatamente com os ombros curvados e tentou ajeitar sua postura mesmo
com a mochila pesada.
A camisa lisa branca
destacava-se no reflexo e ela sentiu vontade de bufar. Seus cabelos
lisos e castanhos estavam bagunçados sobre a camisa, fazendo-a parecer
ainda mais desarrumada. A calça jeans cinzenta que usava há dois dias,
por preguiça de lavar roupa, e a bota que usava há cinco, por preguiça
de lavar o tênis. Em algum lugar de sua mente registrou que isso não era
nada bom, mas ao mesmo tempo não ligou.
Coçou os olhos, sentindo
o sono. No reflexo quase não se via a íris, só uma mancha escura dentro
da parte clara dos olhos. Eram castanhos, ela sabia, mas às vezes
sentia que tinha olhos escuros demais para a idade. Suspirou e tirou um
dos cílios longos que caíra no rosto. Rosto esse que devia ter tentado
não coçar quando as poucas espinhas apareceram e que agora tinha
marquinhas de cicatrização.
Hoje não estava
começando muito bem. Estava com fome e suas pernas longas começavam a
doer da espera pelo ônibus. Não via a hora de chegar na faculdade e
devorar um pacote de mini pães de queijo. Queria comer algo doce também,
mas lembrou que precisava ficar de olho no peso. Sempre foi magra,
esbelta, mas tinha começado a vender doces para pagar os livros e a cada
dedinho para experimentar, era mais um pouco de chocolate e gordura.
Não era neurótica, nem achava que engordaria muito, mas tinha certo
receio com sua saúde, visto que não se cuidava da melhor forma possível.
Anotou mentalmente que tinha que começar uma rotina alimentar melhor,
mas sentiu que talvez não fosse fazer isto, afinal.
Deu Graças a Deus pelo
andar da fila e lançou uma última olhadela no reflexo. Seus lábios
estavam secos por causa do tempo frio e maluco. Baixou os olhos e
percebeu que naquela manhã não estava se sentindo tão bonita, afinal,
embora sempre se achasse bem razoável.
Suspirou e andou, se
preparando para encarar o ônibus lotado. O dia não tinha nem começado,
precisava se animar e sorrir. Tentou e se satisfez com o meio levantar
dos cantos de sua boca.
— Vai ser um bom dia. – Concluiu, então.
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