NOTA: 5/5       PÁGINAS: 276

ONDE ENCONTRAR:  SKULL EDITORA - DIRETO COM A AUTORA - SKOOB

Só de ler a sinopse já sabemos que o terceiro volume da nossa série querida vai chegar para abalar tudo. Trazendo uma narrativa diferente: de pontos de vista entre Samantha e Mônica, o livro permite que o leitor possa observar os dois lados da situação que "Apocalipse" nos deixou. De um lado: Samantha perdida em sua escuridão e nova realidade, cheia de rancor, raiva e frieza; do outro: Mônica com toda a sua esperança e olhar colorido sobre o mundo.

Quando comecei a ler "Ira", senti logo o choque de estar vendo uma face inesperada de Samantha. Após passar por um trauma atrás do outro em "Apocalipse", nada mais compreensível porém do que a nossa "Bad Sam". Uma bruxa impiedosa e poderosa, pronta para fazer o que for necessário para que todos saibam que ela está viva, ativa e não perdoa fácil. No final de "Apocalipse", a bruxa vai até Hilária para conseguir uma poção que a cure de todo o seu sofrimento por que passou, tudo isso a leva à decisão drástica de cada vez mais esconder seus sentimentos reais e deixar aflorar sua face mais crua, afastando a tudo e todos.

Porém, essa é uma caminhada solitária e logo percebemos que nada pode ser mais perigoso que a ira real que Samantha sente por tudo o que aconteceu e pelos mortais. Principalmente, porque ela os enxerga agora como seres fracos e parasitas que não deveriam ter qualquer influência em seu modo de ver as coisas, ou o jeito que encara o mundo agora. Tanto que decide abandonar completamente as coisas que envolviam sua vida mortal: quebra até mesmo sua prancha de surf adorada.


Mônica é um alívio merecido da escuridão que gira em torno de Sam. Vemos o desenvolvimento de sua narrativa enquanto ela mantém sua confiança e esperança na prima-irmã. Acho que a palavra que mais marca toda a Mô que vemos neste livro é justamente esta: ESPERANÇA. Enquanto sua narrativa é permeada por flash-backs interessantes e sua força em acreditar que Sam tem salvação. Também é por onde vemos como foi a mudança das atitudes e pensamentos da nova bruxa.


E talvez... Apaixonada. Rica e ela estão cada vez mais apaixonados um pelo outro e faz o leitor logo se apaixonar pelo personagem maravilhoso que ele é. Que a Mônica sempre se apaixona fácil, o leitor já sabe. Mas conforme ela descreve e fala sobre seu amor, fica difícil para o leitor não acreditar que esse relacionamento é como o ar que ela respira. Porém, Rica parece esconder algo, sempre desviando o assunto quando Sam, seu paradeiro ou seu comportamento estão envolvidos. O leitor terá que aguentar a tensão e os segredos, enquanto até Mô sente que más coisas se aproximam.

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As histórias de Cássia Carducci são sempre caracterizadas pelo temas relacionados a amor muito bem trabalhados, isto é algo que não se pode discordar. Como esperado, em "Entre Acordes" encontramos personagens profundos e cheios de motivações.

A autora escolheu o modo de agir de cada um dos personagens com cuidado e sempre buscando passar uma mensagem. Ou melhor, várias mensagens. Vemos como o amor pode ser profundo e puro; o que uma verdadeira amizade deve envolver; como o amor pode ser algo precioso, mas o amor-próprio deve vir primeiro... Entre tantas outras mensagens que só entenderão após ler esta história.

Bem, Charlotte Howell (ou Charlie) possuía uma irmã gêmea, Lauren, e a perda desta em um acidente de carro - no qual Charlie era a motorista - a afeta profundamente. Só por este começo e este passado que envolve a personagem, a narrativa exigirá muita sensibilidade por parte do leitor e do autor ao prosseguir. O livro já começa com o flashback deste acidente e que vai envolver o fundo da história de uma forma muito interessante. Ao invés do simples cliché de superação de um trauma, Charlie passará por muito mais. A culpa que sente desde aquela fatídica noite lhe envolve de tal forma que sua personalidade e seus sonhos se voltam para a "compensação" que pensa ser necessária para que possa se perdoar. Porém, a própria Charlie não tem noção de que isto tudo está à sua volta. Será somente o amor puro de Logan Oaks que a fará realmente entender o que é ser livre e dona de si mesma.

A história em si começa quando Charlie chega na casa do namorado, Chase Sunders, e o encontra transando com sua melhor amiga, Miranda Levi, em plena sala. Pior é perceber que eles faziam isso já havia muito tempo. Seu mundo vira de cabeça para baixo quando as únicas duas pessoas que Charlie tinha na cidade (onde estuda) como companhia a traem desta forma cruel. É Logan que a ajuda a sobreviver à solidão. É neste processo que o leitor começa a perceber como Logan traz sentimentos por Charlie já há um bom tempo, contendo-os desde que ele a conhecera, como namorada de Chase.


Logan Oaks é o personagem mais príncipe-rebelde possível. E embora pareça que estou tirando sarro disto, devo dizer que estou impressionada. Por que? Bem, me aguentem enquanto eu explico. Sinceramente, sou da opinião de que não existe pessoa perfeita. E muitas vezes, os autores e autoras equivocadamente pensam que tornar o personagem o mais perto da perfeição possível é o melhor para encantar seu público e fazer um bom personagem. E eu não concordo nem um pouco. As pessoas são imperfeitas, por isso, são incríveis e a descoberta de cada particularidade de cada ser humano é incrível.

Porém, Cássia Carducci tem um objetivo singular nesta "idealização" do homem maravilhoso que Logan resulta: permitir que suas leitoras e leitores entendam bem que, SIM, eles merecem alguém assim. E merecem de tal forma que ler sobre como Logan agiu de forma bela ou justa ou etc deixa de ser "príncipe encantado" para tornar-se simplesmente LOGAN. Nada exagerado, forçado ou irritantemente falso. Logan age daquela forma porque ele foi construído para agir daquela forma; e foi bem construído. Então não sentimos que ele está deslocado. Sinceramente, fico muito feliz em ver um personagem tão lindo ser bem trabalhado.