O livro gira em torno da descoberta dos poderes de Sam e seu despertar como bruxa de fato. Sentindo-se extremamente traída por Ben ao vê-lo entrando em sua casa com Marcus, Tami e Marília com o objetivo de matá-la, Sam só consegue sobreviver por pouco às dores que a acometem. Descobrir que não só possui poderes, como faz parte de uma das linhagens mais antigas e poderosas é o que a salva das garras dos caçadores. Logo é conhecido o fato de que, por terem seus poderes bloqueados, o verdadeiro assassino não era uma das Hoffers, ou melhor, das Björin, e a caçada real começa.

"Apocalipse" é bastante tenso e pega o coração com garras. Escrevo esta resenha logo depois de reler os últimos dois capítulos e relembrar todo o sofrimento e angústia que ainda aguarda aos leitores. Diferente das tensões de "Luxúria", o segundo volume tem um peso muito mais forte nos mistérios e nas ansiedades quanto ao que há de vir do futuro. A narrativa de Juliana Bizatto continua impecável e original, contando com detalhes fantásticos que fazem toda a diferença, e que nos prende sem piedade. Largar a leitura para sequer tomar água é impensável! A cada parágrafo o leitor tem vontade de saber mais e chegar ao fim daquele longo labirinto, coisa que é quase impossível conforme percebemos que há tantas dúvidas nas nossas cabeças quanto nas dos nossos personagens.

"Minha filha, eu sei que é muita informação em pouco tempo. Mas tempo é um luxo que não temos. Tu precisas absorver a sua nova realidade, tu és uma bruxa, com muitos poderes, não há mais como fugir disso."

Seguindo a narrativa em primeira pessoa de Samantha pelo resto do livro, percebemos uma mudança nos assuntos. Não é mais uma adolescente comentando sobre assuntos de surfe e escola, que às vezes experiencia coisas estranhas. É uma bruxa que sabe de sua realidade e que mal consegue focar em assuntos comuns como a escola ou festas. Também é uma pessoa que percebe que está ficando cada vez mais sozinha. O homem que achava que a amava parece na verdade ter feito tudo por sua missão, nada além disso. As primas estão cada vez mais afetadas pelo fato de que Sam tem poderes reais. E a presença constante e eminente do perigo a faz ficar cada vez mais preocupada com o seu futuro.

A história progride de um jeito ótimo, misturando paixão e magia de um jeito tentador. Embora eu tenha odiado o tempo longo que levou para Sam entender de uma vez por todas que Ben a amava, entendo suas dúvidas e temores. Ela ainda o ama, mas não consegue derrubar suas barreiras depois de ser traída de uma forma tão chocante, como encarar o amado pretendendo matá-la. Porém, esta demora só deixou o final ainda mais tenso e complicado. Quando tudo vai bem e eles finalmente se ajeitam, parte que foi uma grande tomada de fôlego para mim... BOOM.

Mas aí o final fica para vocês descobrirem na leitura, não é? É claro que esta paixão todo não deixa de vir acompanhada das famosas borboletas de Samantha, que são tratadas de forma tão originais quanto suas estrelinhas.

"Eu juro que queria declarar temporada de caça às borboletas. Que essas diabas queimem e me deixem em paz. Será que não havia uma contra-poção do amor? Viria a calhar."

A história se desenvolve cada vez mais com novos personagens - Hilária, Caio e Rica, três bruxos que acompanham Sam até a ilha para ajudá-la a aprender sobre seus poderes - e com mais mergulhos no elemento fantástico do que já visto em "Luxúria". Este livro foi uma delícia para mim, visto que meu gênero favorito de todos é justamente a fantasia. Estou completamente ansiosa pelo próximo volume, desesperada por saber o que vai acontecer depois de um final tão destruidor como o que tivemos em "Apocalipse". Sei que "Ira" nos reserva muitas voltas e angústias. Espero que a história continue se evoluindo positivamente!

É muito interessante ver como Sam lida com seus poderes e como ela passa a entender o que realmente está acontecendo. Ser uma bruxa não quer dizer ter soluções mágicas para tudo. Pelo contrário -

Deixando-os com esta citação chocante, eu termino aqui a minha resenha. E aí, vamos ler?