[RESENHA #2] - "Convergente" - Roth, Veronica

By Soul dos Livros - 10:46

Boa noite, pessoas!
Convergente foi uma leitura já começada e eu terminei dia 21 (quinta), mas quis tempo para poder organizar o que eu faria na resenha e se eu faria somente uma, já que eu precisava falar de várias coisas. (Sorte a de vocês, rs) Vou aproveitar esses dias que sobraram para poder escrever algo bem legal, sem pressa! Vamos lá! Como combinado,teremos a resenha individual sobre o livro Convergente. E na próxima (a qual decidi separar por envolver spoilers e saber que existem pessoas que não gostam) farei uma análise leve, mas mais completa, comparando a história do livro com o visto nos três filmes já passados. Boa leitura!



SINOPSE: A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de poder, marcada pela perda e pela traição. Em Convergente, o poderoso desfecho da trilogia de Veronica Roth iniciada com Divergente e Insurgente, a jovem será posta diante de novos desafios e mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor.


Pois é, aqui estamos com mais uma resenha do @souldoslivros e dessa vez peguei um livro já começado e acabei mais cedo. Três palavras que podem definir o livro: emocionante, relativamente político, envolvente. (E eu provavelmente precisaria de mais palavras, rs)
(Tris) SÃO NOVE HORAS. Eles podem estar decidindo o veredicto de Caleb agora mesmo, enquanto amarro os cadarços, ou no momento em que ajeito o lençol da minha cama pela quarta vez hoje.
"Convergente" é complicado de se explicar sem contar alguns spoilers, mas farei o meu possível! O universo é composto pela sociedade baseada em facções: Abnegação, Audácia, Erudição, Amizade e Franqueza. Cada pessoa é separada para cada facção conforme seu resultado no Dia da Escolha. Você é testado e recebe um "resultado provável" para qual seria a facção mais apropriada para você, embora possa escolher outra independente disso. Existem pessoas que, ao fazer o teste de escolha, resultam em mais de uma facção e estes são chamados de Divergentes. Este seria o caso da Tris.
[Resuminho do que acontece nos dois primeiros livros] - No primeiro livro ela passa pelo conflito de escolher uma facção diferente da sua original e duplamente perigosa para aqueles como ela. Conforme ela vai passando pelo nível de iniciação da facção muitas coisas acontecem e ela descobre que há um plano de conspiração contra os divergentes e que estes estão sendo alvos de vários atentados há muito tempo, mas serão ainda mais se as pessoas que comandam o plano sucederem. Há um atentado contra uma das facções por, teoricamente, habitar os divergentes há muito tempo e o livro acaba com uma resolução incompleta dos conflitos. No segundo livro existem mais conflitos sobre os divergentes, mas agora não é sobre um atentado contra eles ou outra facção, mas em via de controlá-los. O vilão principal deste livro deseja aprimorar o soro de simulação de tal forma que os divergentes não possam ir contra e, portanto, se submetam a ele e consequentemente ao vilão (ou vilã). Tris e um grupo separado tem que lidar com o conhecimento de que há algo sendo escondido e o fato de que seu par romântico Quatro não a ouve. Ele busca principalmente se tornar líder da Audácia e do grupo que se rebela contra a vilã em questão.
Até o final do segundo livro (e agora eu preciso falar um spoiler, mas é algo suspeitado ou sabido por qualquer pessoa que começa a ler o livro, então não interferirá na leitura) você não sabe que a cidade em que estão é uma entre muitas. Bem no final a Tris consegue mostrar ao público um vídeo de uma, aparentemente, antepassada que se diz ser uma de muitos que entraram voluntariamente para o projeto que é a cidade. Ela conta que o fez para esquecer as tristezas da guerra do mundo de fora, mas que um dia na cidade haverão pessoas diferentes que serão chamadas de divergentes. Estes devem sair da cidade para que possam auxiliá-los na luta. Isto é o que você entende no segundo livro.
[ INÍCIO DA PARTE COM SPOILERS SOBRE A HISTÓRIA DO TERCEIRO, SE QUISER ENTENDER MELHOR, LEIA, MAS NÃO É NECESSÁRIO ]
No terceiro muitas coisas acontecem e eles vão para fora do muro descobrir o que está acontecendo, exatamente. Encontram o que chama-se de Departamento e que controla a cidade, que descobrimos se chamar Chicago, pois é um experimento em via de se encontrar a solução para problemas de genes. O vídeo de Edith Prior (a tal descendente) não falava toda a verdade. Não havia uma guerra rolando, mas uma guerra passada. A ideia é que houve uma guerra no Estados Unidos (e marquem isso, quem for ler a análise dos filmes entenderá) que foi motivada pela aparente descoberta do tal "Gene do Mau" e que buscaram isolar alguns genes da pessoa em via de controlar os impulsos ou tendências para o mau. Isso gerou uma falha no genético humano e você entende que agora, depois de a maior parte da guerra se encerrar, existem Genes Puros e Genes Danificados e que, estes danificados devem passar por gerações e gerações até que seu material genético se "purifique". Em resumo, os divergentes não são pessoas exatamente especiais ou com poderes, mas são considerados como os que carregam Genes Puros. E por isso o Departamento quer tanto preservá-los. E existe um preconceito imenso e perigoso contra os Genes Danificados, como se eles fossem culpados da guerra e somente quem tem esses genes, por exemplo, seriam capazes de gerar uma guerra. Chicago não é a única cidade, mas foi comprovado que o sistema de facções era uma boa maneira para induzir esta "evolução" e, portanto, ela foi um modelo positivo para outros experimentos. Em geral, existem Experimentos, o Departamento e a Margem, para onde os Danificados fugidos vivem uma vida quase miserável. Tris tem que decidir em quem acreditar e por que lutar enquanto supera alguns traumas do passado recente e passa a se perdoar e aceitar.
[ FIM DA PARTE COM SPOILERS ]
Vamos falar agora do sistema que envolve a escrita e montagem de Convergente.
Particularmente, gosto do modo com que a Veronica Roth escreve e no terceiro livro é ainda mais interessante, pois você tem a possibilidade de capítulos na visão do Quatro (Tobias). Esse é um ponto que eu realmente adoro, porque o pensamento dele é bem legal e raramente cansa, então é alguém a mais falando sobre situações. E não é uma simples repetição do cenário da Tris aos olhos dele. São verdadeiras cenas, inteiras, que, ou ele participa sem a Tris, ou é narrada pelos olhos dele e ponto. Mas cenas inéditas e completas. Como o raciocínio do Quatro não é lento ou bobo, embora ele realmente seja tonto em algumas decisões que ele toma, a leitura não é "menos valiosa" que a de Tris.
(Tobias) NÃO CONSIGO CAMINHAR por estes corredores sem me lembrar dos dias que passei como prisioneiro aqui, descalço, a dor pulsando dentro de mim a cada vez que me movia.
IMPORTANTE. Quem assistiu o primeiro FILME e quer ler o segundo LIVRO, é possível. Você entenderá. MAS, MAS, MAS. Não assista o segundo FILME e, sem ler o segundo LIVRO , vá direto para o terceiro LIVRO. É diferente. A motivação que envolve o segundo LIVRO é explicitamente diferente do segundo FILME. Já aviso, porque a diferença é bastante perceptível e gritante, você talvez não entenda (mesmo) algumas referências e vai ficar aquele vazio na sua cabeça. Aliás, o próprio FILME 3 é quase uma história separada onde jogaram o livro pro ar e escolheram três páginas para respeitar. Então, a partir do primeiro, sugiro realmente que leiam os livros mesmo.
No terceiro livro a Tris continua sendo nossa heroína decidida e desconfiada, já cicatrizando alguns traumas, sempre pensando antes de agir. É muito justa e rápida de pensamento. Eu realmente gostei desse livro, na verdade da série como um todo, porque não me cansei de ler e não aconteciam coisas muito estratosféricas. Não estou dizendo que eram previsíveis, mas eram "aceitáveis" dentro do universo. Eu me admiro com o modo com que a autora conseguiu que cada personagem evoluísse e crescesse à sua maneira. É progressivo e razoável. Nada repentino ou de modo que nos dê a impressão que a personagem enlouqueceu e mudou de atitude "porque sim". Os motivos das personagens geralmente são coerentes e compreensíveis.
(Tris) Ninguém parece estar se ajustando muito bem. Peter está deitado com a cara voltada para a parede. Uriah e Christina estão sentados um ao lado do outro, conversando em voz baixa. Caleb está massageando suas têmporas com as pontas dos dedos. Tobias continua andando de um lado para outro e roendo as unhas. E Cara está sozinha, passando a mão no rosto.
Quando você lê o terceiro você entende que a comunidade de fora do muro é mais avançada em tecnologia, mas nada muito extraordinário como mostram o filme. Então, é compreensível que hajam bons laboratórios e alguns aviões e tudo mais, mas NÃO é compreensível que apareçam AERONAVES ULTRA TECNOLÓGICAS como no filme. Ufa, falei. A maioria do tempo as tecnologias que são mostradas são muito familiares para nós e até mesmo para as personagens. Algumas palavras ou tecnologias são totalmente desconhecidas, porém, por não terem tido contato com a tecnologia realmente (justamente o caso do avião e da palavra "aeroporto", por exemplo) e isto é o interessante. Para nós é algo muito próximo. É avançado, mas seria como se fossem os anos 2030, entende? Não o mundo 2234. Talvez ainda menos que 2030. Nos divertimos com as personagens se confundindo com palavras do nosso dia-a-dia.
Para quem deseja uma leitura com ação, emoção e relativo mistério, eu recomendo muito. Embora eu ouça muitas pessoas comparando a série Divergente como similar ou quase igual à Jogos Vorazes, eu discordo. Acho que fatores demais são diferentes e, agora depois de digitar a letra E comecei a pensar em algum ponto realmente igual entre as séries, mas não consegui. Ah! Já sei! A principal é mulher! - E só, rs. Quem quiser discutir sobre estas duas séries comigo e suas comparações eu estou totalmente aberta, já que eu poderia expressar melhor por que não concordo com este viés. Acho que existem diferenças demais desde personagens até universo, então eu ficaria feliz de poder conversar sobre isso se desejarem. (Comentem ^^)
Outra coisa que sempre gostei dessa série e vão me ouvir falar disso sempre: não tem TRIÂNGULO AMOROSO. Não tem. Ela começa e termina com o Quatro e isto é maravilhoso! Rs. Eu juro, adoro personagens decididas quanto a isso. Na minha cabeça, quando uma pessoa/personagem não consegue sequer decidir quem ama, exatamente, como pode ser capaz de tomar decisões de verdade? Ou ser confiante? Então isso eu acho que é muito bom na série Divergente como um todo. Você sabe que se houver algum conflito entre o casal será como um conflito de casal, e não por causa de algum outro homem que está seduzindo ou confundindo a personagem principal.
(Tobias) Começo a caminhar até a porta, e, quando alcanço a maçaneta, ela diz: – Está indo embora apenas para ter a última palavra. Que maduro da sua parte! // – Também é muito maduro suspeitar das motivações de uma pessoa só porque ela é bonita – respondo. – Acho que estamos quites.
Quantas coisas mais eu deveria contar? Rs. Esta série não é a minha favorita, mas eu com certeza me envolvi bastante com ela. Despertou minha curiosidade de forma que eu realmente queria terminar a história - acho que mesmo que eu não tivesse realmente gostado eu não largaria a leitura, pela curiosidade. Ri pra caramba, fiquei tensa, chorei junto com as personagens principalmente (e copiosamente) no final do último livro com os capítulos do Quatro. É muito bom. Eu recomendo para quem tem preconceito de Divergente: tente ler o livro. Talvez não faça diferença para você, mas talvez... simplesmente... faça. Com o livro você pode criar perfeitamente a SUA Tris e o SEU Quatro, sem ter que (por exemplo) ver um ator ou atriz que você não gosta e isto influenciar na sua opinião.
E acho que leria outro livro da autora, sim. Justamente pela curiosidade. Se encontrarem outro título dela, por favor, me recomendem! ^^
Muito obrigada pela atenção aqui, e boa noite! Nos vemos daqui alguns dias com a Análise!
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